Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
serei tudo
eu e minha baba
lambendo o mundo
com a língua que fala
comunga poemas,
a boca que cala
estou quieta
agora
supérflua
como a galáxia que apenas intuímos
como a via láctea
nome aparente
tal qual este
pregado pelos pais
à minha cara
quieta
diante de você, nada com filhos e endereço,
que me acende quando quer
o toque de quem não se apaga.