diz menos da pessoa
mais das taras
esta mão decepada
manchando o papel - galinha que esguicha
sangue pelas artérias
enquanto a cabeça
repousa
na terra
assustada
a história da galinha ouvia de minha mãe, contando de suas férias na fazenda do avô, sob uma perspectiva medrosa e urbana, horrorizada com esse fio de vida do bicho sem cabeça.
uma cabeça duas
ResponderExcluircachaças uma mão
duas carcaças
sobre a linha
a pele
embaça: essa mão
atenta no trajeto
é mão morta, endoidecida
a jorrar - a que não sobre
qualquer
memória
já sem susto
a galinha
repõe as garras
e pia
e elabora
uma outra forma
de ammarrar
com mais eficiência
uma certa náusea
mais eufórica
(andréa, só pra dialogar: macumba: galinha que ressuscita: já viu? pois é. escrito assim no esmo ermo, gesto puro gesto. abraço)
gostei do poema, roberta.
ResponderExcluira história da galinha ouvia de minha mãe, contando de suas férias na fazenda do avô, sob uma perspectiva medrosa e urbana, horrorizada com esse fio de vida do bicho sem cabeça.
Andréa